sábado, 4 de janeiro de 2014

50 anos de Nuno de Montemor

Padre-escritor morreu a 4 de janeiro de 1964


O meu contacto com Nuno de Montemor remonta à juventude e confesso que li quase todos os livros deste autor. Na altura em que estudava na Guarda a sua editora abriu falência e aproveitei para comprar alguns dos seus livros com alguma dificuldade pois as economias não eram muito abonadas. Comecei pelos contos e acho que o primeiro livro foi “Rapazes e moças da Estrela”, mas recordo também a leitura de “Encantos meus”. São contos moralizantes e cheios de uma naturalidade espontânea que retrata as pessoas com quem o autor de certeza convivia no seu dia-a-dia. Aliás, nas suas obras, é bem visível a paixão que o atraía para as pessoas especialmente que sofriam os males da sociedade. Daqui nasceu como sabemos a sua obra-mestra que ainda hoje continua na nossa cidade: o Lactário Dr. Proença. Mais que a sua obra literária.
Uma obra que também recordo ainda bem foi a sua primeira novela/romance escrita ainda com o seu nome, Álvares de Almeida, chamada “Lodo e Neve”(1915). O enredo simples e carregado de compaixão pelo próximo na “ternura” religiosa pelos pecadores retrata a vida difícil de uma mulher saída da prostituição e tuberculosa numa cidade fechada e cáustica onde não é difícil ver a Guarda daquela época. Claro que a nível literário a obra-prima do autor é sem dúvida “Maria Mim”, o romance da sua terra, quadrazenho de raiz, de amores e de escrita.  A novela mais completa e mais castiça do seu espólio. Aí guardou a gíria quadrazenha e imortalizou essa figura genuína e representativa da autenticidade e até - porque não – da honestidade quadrazenha.
    Para mais pormenores sobre a vida e obra de Nuno de Montemor, aqui ficam dois sites a consultar:
José Manuel Monteiro (professor na ESAAG)

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